Estreia do ‘Linha Direta’ relembra o polêmico Caso Eloá

O assassinato chocou o Brasil e é um dos mais emblemáticos da história criminal.

O “Linha Direta”, programa que reconta crimes reais e que fez sucesso de 1990 a 2000, estreou novamente, na última quinta-feira (04), sob o comando de Pedro Bial. O caso escolhido foi o polêmico sequestro de Eloá. Relembre abaixo os fatos e alguns absurdos ocorridos durante as negociações.

Quem foi Eloá?

Eloá Cristina Pimentel era uma jovem de 15 anos que morava com a família em Santo André, no ABC Paulista. Ela foi assassinada em 17 de outubro de 2008. Na época, Eloá havia acabado de romper um relacionamento que mantinha com o assassino, Lindemberg Alves Fernandes, 22.

O crime

Insatisfeito com o fim do relacionamento com Eloá, Lindemberg Alves invadiu o apartamento da ex-namorada e colocou-a sob a mira de uma arma, dando início a um sequestro que durou mais de 100 horas.

O crime começou no dia 13 de outubro de 2008, numa segunda-feira, por volta das 13h. Ao entrar na residência, Lindemberg encontrou Eloá acompanhada de outros três amigos da escola: Nayara Rodrigues da Silva, Iago Vileras e Victor Campos.

Os dois meninos foram agredidos por ciúmes e foram libertados pelo sequestrador naquela mesma noite. Nayara foi novamente mantida em cárcere até a noite seguinte e depois liberada. Porém, no dia 16, ela voltou ao local, intimada pela Polícia de São Paulo para auxiliar nas negociações.

Por 100 horas, ou seja, de 13 a 17 de outubro de 2008, Eloá viveu um terror em frente a um país, por conta da transmissão midiática, e tentou bravamente tranquilizar seus familiares com a esperança de que tudo terminaria bem. Até hoje, o caso é o maior tempo de um sequestro que aconteceu no Brasil.

A Polícia tentava negociar com Lindemberg: Ao cortar a luz da residência, ele exigia que voltassem a ligar, e teve o que quis; exigiu que a integridade física deveria ser mantida, e assim a Polícia garantiu. No entanto, na sexta-feira, 17 de outubro, os policiais explodiram a porta do apartamento e entraram no imóvel após supostamente ouvir tiros.

As duas reféns foram encaminhadas ao hospital. Nayara, que foi baleada no rosto, não corria risco de morte. Já Eloá foi atingida na cabeça e na virilha e foi socorrida em estado grave. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

Lindemberg, por sua vez, foi imobilizado pela polícia e permaneceu ileso.

Reportagens jornalísticas e ações policiais foram alvo de críticas

Ao longo do sequestro, a imprensa foi acusada de interferir na ação policial e atrapalhar as negociações com o sequestrador.

No programa “A Tarde é Sua” da RedeTV!, a apresentadora Sônia Abrão esteve ao telefone duas vezes com Lindemberg, bloqueando a comunicação do criminoso com a polícia e promovendo-o nacionalmente.

No entanto, as reportagens jornalísticas também ajudaram a revelar equívocos na ação policial. Uma gravação noticiada pelo “Jornal Nacional” em 18 de outubro de 2008 mostrou que os tiros foram disparados somente após a explosão das portas, sugerindo que as negociações poderiam ter continuado.

Lindemberg Alves foi condenado a 98 anos e 10 meses de prisão em fevereiro de 2012, após ser julgado por 12 crimes diferentes. Em 2021, ele passou para regime semiaberto, que foi revogado pelo MP ao ser identificado traços narcísicos e antissociais. A progressão penal levou a pena total para 39 anos.

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