Jacira Oliveira
MANAUS – O município de Tefé, a 521 quilômetros de Manaus, situado na calha do Rio Amazonas, está em situação de emergência diante da seca dos rios provocada pela estiagem desse período do ano. De acordo com a coordenação da Defesa Civil do município, é uma das maiores secas já vividas pelo município, que está provocando isolamento de comunidades e riscos para o abastecimento da cidade. O decreto foi assinado pelo prefeito da cidade, Nicson Marreira, na última terça-feira (11).
Desde o feriado do dia 12 circulam, nas redes sociais, imagens da seca no município, com bancos de areia já visíveis em um longo trecho de rio, na comunidade de Porto da Praia. “Esse cenário vem dificultando o acesso dos moradores de comunidades e cidades próximas”, diz o coordenador da Defesa Civil do município, Edivilson Braga, em vídeo publicado nas redes sociais da prefeitura do município (veja vídeo abaixo).
Conforme o coordenador, 70% das comunidades já estão afetadas no abastecimento de insumos, água potável, transporte das crianças às escolas. “A prefeitura vem viabilizando mecanismos para atender a população e manutenção dos equipamentos sociais básicos”, afirma.
Nas imagens divulgadas, aparecem bastante afetadas pela seca a frente da sede do município de Tefé, na região conhecida como Muralha e área do porto, região do lago Xidarine e bairro Abial, orla do lago de Tefé, Ilha do Tarará, Paraná de Tefé e as imagens da comunidade do Porto da Praia, que viralizaram nas redes sociais.
O cacique Anildo Silva, da comunidade indígena de Porto da Praia, confirma as informações de que já há dificuldade de transporte e falta de água potável, que no momento vem sendo suprida pela prefeitura.
Relatório da Estiagem – Além de Tefé, outros municípios também estão sofrendo com a estiagem. De acordo com o relatório da estiagem, realizado pelo Centro de Monitoramento e Alerta (Cemoa) da Defesa Civil do Amazonas, até a última quinta-feira (13), 33 municípios estavam em situação de alerta.
Na Calha do Juruá, encontram-se nesta situação Guajará, Ipixuna, Envira, Itamarati, Eirunepé, Carauari, Juruá; na Calha do Purus, tem Boca do Acre, Pauini, Lábrea, Canutama, Tapauá e Beruri; na Calha do Madeira, os municípios de Humaitá, Apuí, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba, Nova Olinda do Norte; na Calha do Alto Solimões, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Tonantins; na Calha do Médio Solimões, Jutaí, Fonte Boa, Japurá, Maraã, Uarini, Alvarães, Tefé, Coari. Todas essas calhas encontram-se em estágio de vazante mas, segundo o relatório, estão longe das marcas registradas nas piores secas.
As demais calhas encontram-se, segundo o relatório, em situação de normalidade.