DESAPARECIDOS: Amarildo, o “Pelado”, será ouvido em audiência de custódia pela juíza de Atalaia do Norte

Amarildo, o “Pelado” foi preso em flagrante por porte de munição. FOTO: Reprodução.

DA REDAÇÃO

MANAUS – |Amarildo Costa de Oliveira, 41, preso em flagrante por posse de munição de uso restrito e permitido, na última terça-feira (7), em Atalaia do Norte, e que vem sendo apontado como suspeito de envolvimento no desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira, vai ser ouvido hoje, em audiência de custódia, pela juíza de Atalaia do município, Jacinta Silva dos Santos.

Na audiência, ele poderá confirmar a sua versão dos fatos, dada em depoimento à Polícia Civil, segundo foi revelado na coletiva prestada na quarta-feira pelas autoridades de segurança que compõem o Gabinete de Crise instalado para investigar o desaparecimento e fazer as operações de buscas. Ele teria dito que não fez contato – exceto o visual – com Bruno e Phillips, no dia do desaparecimento da dupla, no domingo (5).

A juíza deverá decidir, após a audiência, se Amarildo será mantido sob a custódia da polícia ou se será liberado. De acordo com o delegado Alex Perez, titular da 50ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), que investiga o caso, a prisão de “Pelado” se deu unicamente pelo flagrante de posse de munição e que a possível participação dele no desaparecimento de Bruno e Phillips está sendo investigada.

Advogado – A audiência já traz uma polêmica a mais. O advogado de defesa de Amarildo é o procurador geral do município de Atalaia do Norte, Ronaldo Caldas da Silva Maricaua. A Prefeitura de Atalaia emitiu nota oficial, explicando que o advogado foi procurado pela família para defendê-lo, pois também atua como advogado particular e que o serviço não tem qualquer relação com a gestão municipal.

“Não há qualquer impedimento ou incompatibilidade que prive o advogado de exercer suas atribuições legais. Vale ressaltar que o município de Atalaia do Norte possui um número limitado de advogados, com apenas dois profissionais do ramo residindo na cidade”, diz a nota.

A nota diz ainda que desde o início a Prefeitura de Atalaia do Norte tem se integrado aos esforços para encontrar o jornalista e o indigenista.

Durante a coletiva de quarta-feira (8), o secretário de segurança pública do Amazonas, general Mansur, informou que já foram encontrados “materiais” que podem estar associados ao desaparecimento do jornalista e do indigenista e que, por isso, um perito estava sendo enviado ao município de Atalaia do Norte, para se integrar à equipe de investigação.

Em nota à imprensa no início da tarde de hoje, a assessoria de comunicação do gabinete de crise informou que está sendo feito o levantamento de um possível material genético na
lancha apreendida com Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos. De acordo com o DPTC, com o uso de luminol, as equipes investigam a possibilidade da existência de vestígios de amostra biológica e digitais deixadas na lancha, tanto pelo suspeito quanto pelos tripulantes.

Bruno e Phillip desapareceram no último domingo. Conforme o Boletim de Ocorrência registrado na 50ª DIP, moradores da comunidade ribeirinha São Rafael relataram que os dois homens fizeram uma parada no local, mas depois seguiram adiante. No entanto, populares da comunidade Cachoeira, situada mais abaixo, no rio Itacoaí, não visualizaram a embarcação passando pelo rio.

As buscas, que contam com a Polícia Federal, Exército, Marinha, Corpo de Bombeiros e outros agentes de segurança pública estão concentradas exatamente nessa região onde Bruno e Phillips foram vistos pela última vez, estendendo-se pelas imediações. Segundo o Comitê de Crise, a ação é integrada por 250 agentes, entre eles, especialistas em sobrevivência de selva, veículos terrestres, fluviais e terrestres.

Com colaboração de Nailson Tenazor/Atalaia do Norte

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