A Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras requisitou à Justiça Federal do Rio de Janeiro, uma ordem para impedir que o ex-jogador de futebol, Ronaldinho Gaúcho, saia do território brasileiro. Ele e seu irmão são apontados como sócios da empresa 18K Ronaldinho, que opera no ramo de transações e arbitragem de criptomoedas. A empresa está sob acusação de não repassar a guarda das moedas digitais de seus clientes, que tinham a promessa de rendimentos de até 2% ao dia.
O pedido da CPI vem após a defesa do ex-jogador afirmar que Ronaldinho vai viajar para o exterior nesta sexta-feira (25).
“A saída da testemunha do país, prevista para o dia 25 de agosto de 2023, frustra completamente a investigação em curso por parte desta CPI, motivo pelo qual a decretação da proibição do depoente deixar o país se faz urgentíssima”, diz trecho do ofício da CPI.
Por meio de um comunicado oficial, a comissão emitiu uma solicitação em caráter de urgência. Na solicitação, foi requerido que Ronaldinho fosse temporariamente impedido de deixar o país até que ele preste seu depoimento perante a CPI. O ex-jogador não compareceu à CPI em duas ocasiões durante esta semana. Na primeira ausência, ocorrida na terça-feira (22), Ronaldinho alegou não ter recebido intimação formal. Na segunda ocasião, nessa quinta-feira (24), ele justificou sua ausência por não ter conseguido pegar o voo devido ao “mau tempo” em Porto Alegre.
No Supremo Tribunal Federal (STF), Ronaldinho conseguiu um habeas corpus que lhe garante o direito de permanecer em silêncio. Durante sua participação na CPI, o irmão do antigo jogador, Roberto Assis Moreira, declarou que a propriedade da 18K Ronaldinho nunca esteve em suas mãos, enfatizando que ambos foram lesados por outros dois sócios da empresa.
Ele informou que esses indivíduos fizeram uso indevido do nome e da imagem de seu irmão, sem a devida autorização. “O nome e a imagem do meu irmão foram empregados sem consentimento. Em nenhum momento autorizamos a utilização da imagem nem a exploração dela”, afirmou.
Após a ausência de Ronaldinho na CPI, o presidente da comissão, deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), afirmou que irá pedir condução coercitiva do depoente.