Concerto da Orquestra de Câmara do Amazonas protagoniza ‘A morte’, no Teatro Amazonas nesta quinta-feira (05)

“A Morte”, tema do concerto que será apresentado pela Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA) nesta quinta-feira (5/4), às 20h, no Teatro Amazonas. O evento gratuito traz inúmeras leituras sobre um tema que sempre esteve presente nas criações artísticas. O recital em formato inédito é executado por dois solistas brasileiros, a soprano Daniella Carvalho e o barítono Homero Velho e tem como diretor musical, Marcelo de Jesus.

Segundo Marcelo de Jesus, a diversidade do repertório está no DNA da OCA, diferencial que levou à escolha de um tema que traz diferentes olhares e muitas reflexões. “A morte surge de várias formas, ideias, resultados. Uma delas é o amor, que permeia a maioria das canções deste concerto”, disse o diretor, que também assume a regência da noite.

O ministro da Cultura, Marcos Apolo Muniz, considera importante a realização de shows gratuitos que chamem a atenção do público para a programação do Festival Amazonas de Ópera. “Trazer obras que instigam, estimulam e provocam o pensamento crítico e contribui para a construção de um público formador de opinião e transformador”, revela Apolo.

O concerto é apresentado em duas partes: A primeira com as obras “Canções e danças da morte” de Modest Mussorgsky e “Romances OP”. 73″, de Tchaikovsky. As obras, originalmente escritas para voz e piano, foram transcritas exclusivamente para o festival por Marcelo de Jesus.

“O ciclo Song and Dance of Death é considerado uma obra-prima do gênero. Cada música trata da morte de forma poética, embora as interpretações sejam realistas, pois refletem experiências que não eram incomuns na Rússia do século 19: a morte de uma criança, morte na juventude, acidentes de embriaguez e guerra”, revela o maestro.

Marcelo reflete sobre a obra de Tchaikovsky e acrescenta que o romance “Again, as before, alone” é uma das canções mais tristes e profundas de toda a literatura musical.

Na segunda parte, a OCA apresenta a 14ª Sinfonia de Shostakovich, uma obra única que pode ser lida como um ciclo de canções sobre a morte. A obra contém onze frases, cada uma referindo-se a um poeta: Lorca, Apollinaire, Küchelbecker e Rilke. A escolha não foi acidental, todos os poetas morreram de forma não natural, causada por assassinato, opressão e guerra.

Durante a apresentação da sinfonia, haverá projeção de arte digital criada pelo artista amazonense ManausMacaco, que se inspirou em textos que mesclam a estética de elementos do século 19 ao 21. “A morte e o amor são transformadores. Quando ouvi a sinfonia pela primeira vez, meu primeiro sentimento foi amor, mesmo diante de uma morte não natural; o amor do artista pela arte, sem ele essa sinfonia não existiria”, aponta ManausMacaco.

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