Circuito Enxergando o Invisível: Projeto aborda inclusão de pessoas com deficiência na educação, teatro e acessibilidade

O Circuito Enxergando o Invisível realiza, nesta sexta-feira (9), sábado (10) e no próximo dia 17, palestras e rodas de conversa sobre práticas pedagógicas e a inclusão de pessoas com deficiência na educação, teatro e acessibilidade, além de aplicação de técnicas para pessoas com autismo nas artes. 

O projeto, contemplado pelo edital Manaus Faz Cultura, da Prefeitura de Manaus, tem o objetivo de criar pontes entre multiartistas, artistas, professores e a sociedade manauara, promovendo uma discussão ampla sobre a acessibilidade e inclusão de espectadores nas artes. Todas as atividades do circuito serão acessíveis, contando com intérpretes de Libras e audiodescrição em todas as programações.

A idealizadora do projeto, Ananda Guimarães, é uma atriz, arte educadora e pesquisadora das artes da cena e Acessibilidade. Ela possui baixa visão devido à sua condição de atrofia macular juvenil em ambos os olhos, conhecida como doença de Stargardt.

Para ela, a expectativa é de que, com o evento, seja possível quebrar barreiras e construir um mundo artístico verdadeiramente inclusivo.

“É fundamental repensar as práticas culturais da cidade de Manaus e compreender as demandas dos artistas com deficiência para fortalecer a democratização do acesso à cultura. Ao reunir pessoas interessadas em debater e repensar as práticas artísticas, conseguimos quebrar os paradigmas da “inclusão heroica” e tratar a acessibilidade como uma necessidade política e individual. É hora de abrir espaço para corpos “intrusos”, corpos que não são vistos ocupando lugares de protagonismo”, disse.

A pesquisa de Ananda concentra-se na intersecção entre arte e acessibilidade, com o objetivo de promover debates e conscientizar sobre a importância da pesquisa e inclusão de pessoas com deficiência nas artes cênicas. Com sua experiência pessoal e profissional, Ananda busca ampliar o acesso e a participação de todos na apreciação e prática das artes.

Confira a programação

Dia 09/06 (sexta-feira):

Mesa 1: Existe acessibilidade sem inclusão, mas nunca inclusão sem acessibilidade: Urgências de práticas pedagógicas e processos criativos visando pessoas com deficiências visuais.

Horário: 14:30.

Local: Casa de Artes Trilhares – Rua Belo Horizonte, 1408.

Palestrantes:

Karla Oliveira: Pedagoga que atua na Diretoria de Educação e Cultura da Associação de Pessoas com Deficiência Visual do Amazonas – ADVAM. Apresentará o Projeto Intera Braille, que integra uma parceria entre professores, estudantes e familiares.

Suzi Souza Pereira: Assistente Social, Pós-graduada em Captação e Elaboração de Projetos. Coordenadora de Projetos Sociais na Associação dos Deficientes Visuais do AM.

Dia 10/06 (sábado):

Mesa 2: Artista Def – relatos de experiência de um artista com baixa visão.

Horário: 10:00 (horário de Manaus) / 11:00 (horário de Brasília).

Local: Transmissão pelo Youtube.

Palestrante:

Cleber Tolini: ator, improvisador e consultor em roteiros de audiodescrição. Ele é formado pela Fundarte – Fundação das Artes de São Caetano do Sul. Possui experiência em participações em publicidade, séries de TV, teatro corporativo, sendo o teatro sua principal área de atuação. Além disso, Cleber também se dedica à consultoria em roteiros de audiodescrição, tendo realizado cursos livres com profissionais renomados do ramo, como Eliana Franco, Bell Machado e Felipe Mianes.

Após a montagem do Solo “O Subnormal” em 2018, ele passou a participar de diversos grupos de estudo sobre acessibilidade.

Dia 17/06 (sábado):

Mesa 3: TEA na sala de aula – entender para incluir. Palestra sobre o Transtorno do Espectro do Autismo e os processos de inclusão em sala de aula, abordando adaptações sensoriais e estratégias comportamentais com práticas baseadas em evidências científicas.

Horário: 10H.

Local: Casa de Artes Trilhares – Rua Belo Horizonte, 1408.

O projeto Enxergando o Invísivel surgiu a partir da contemplação no edital do Sesc Residência. Posteriormente, o projeto foi selecionado para participar de um festival em Minas Gerais e realizou apresentações em diversas programações voltadas para pessoas cegas e de baixa visão. Além disso, foi beneficiado pelo edital Equipa Cultura, o que possibilitou a aquisição de seu próprio aparelho de audiodescrição.

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