DA REDAÇÃO
MANAUS – | A família e os sócios do paraquedista Luiz Henrique Cardelli, desaparecido em Manaus durante um salto de paraquedas, há 30 dias, aguarda o resultado do inquérito policial aberto na Polícia Civil do Amazonas para decidir os próximos passos a serem adotados. No domingo, completados 31 dias do desaparecimento, o Corpo de Bombeiros anunciou que estava encerrando as buscas, após ter realizado todas as operações pertinentes para localizar o paraquedista, sem resultados.
Em nota distribuída à imprensa, os advogados Athos Carneiro Cardoso, Jéssica Priscila Dias dos Santos (ex-mulher e sócia de Luiz Henrique e que esteve em Manaus acompanhando as buscas) e Leonardo Bezerra de Menezes, expressaram a convicção de que a justiça de Deus será feita. E frisaram que a Justiça dos homens também precisa ser feita. Eles defenderam que o foco dessa justiça seja na prevenção de casos similares e o aperfeiçoamento do esporte.
“É fato notório que a cidade de Manaus foi assolada por uma forte tempestade, tendo ruas, avenidas e casas inundadas, inclusive, com carros submersos em uma das principais vias da cidade. Mas, há uma via lógica e legitima a ser questionada: Nenhum “equipamento” foi capaz de prever a tempestade no mês de abril? Nenhum “equipamento” foi capaz de proibir e fechar a área de salto naquelas condições?, diz a nota. “Sabe-se que o paraquedista possui sua autonomia enquanto tomador de decisão. No entanto, acreditamos que ele deve receber todas as informações intrínsecas à formação de uma decisão final”, continua a nota.
Os advogados que assinaram a nota também dizem que acreditam no trabalho da Polícia Civil do Amazonas e que seguem vigilantes na busca por esclarecimentos. Eles também aguardam que todos os envolvidos prestem depoimentos e citam todos os paraquedistas que estavam na aeronave, piloto, mestres de salto, responsáveis técnicos pela região (RTA – RTAG), proprietários da escola de salto, Aeroclube de Manaus, bem como as demais instituições por intermédio de seus representantes: CINDACTA, Comando do Corpo de Bombeiros, Secretaria de Segurança Pública, Defesa Civil, Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Exército, Aeronáutica e Marinha.
“Quatro jovens paraquedistas foram desviados da rota de pouso após salto no aeroclube, um deles, Luiz Henrique Cardelli, um dos três a caírem no Rio Negro e o único que, infelizmente, ainda segue desaparecido. A família e os amigos choram a dor do desaparecimento, sobretudo por não ter qualquer vestígio de seu paradeiro”, diz a nota.
Buscas encerradas – O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) anunciou, no domingo (15/05), o encerramento das buscas. Luiz Henrique, que também é advogado na cidade de Curitiba (PR), desapareceu no dia 15 de abril após saltar e ser levado por uma ventania. O CBMAM informou que foram utilizados mais de 100 militares na operação de buscas, com jornada de 16 horas diárias. Na segunda etapa das buscas, foram utilizados 40 homens. Mais de 600 quilômetros quadrados, em rio e terra, passaram por varredura. A Polícia Civil informou, por sua vez, que segue em andamento com as investigações do acidente.