A partir desta quinta-feira (13), o Bard, chatbot de inteligência artificial do Google, está disponível no Brasil e outros 27 países para rivalizar com o ChatGPT, da OpenAI, que está acessível no país desde o fim do ano passado. A ferramenta está disponível no endereço bard.google.com e exige que a pessoa tenha uma conta no Google.
O programa, que já operava nos Estados Unidos e no Reino Unido, funcionará em 40 idiomas. Em maio, o Bard registrou 142,6 milhões de acessos, quase três vezes mais do que em abril. O ChatGPT, por sua vez, teve 1,8 bilhão de visitantes, de acordo com dados da empresa de medição de audiência on-line Similarweb.
Em junho, o ChatGPT teve uma redução de 9,7% no número de acessos em relação ao mês anterior. Foi a primeira queda mensal desde sua estreia, em novembro do ano passado.
Durante apresentação para jornalistas, a gigante da tecnologia disse múltiplas vezes que se trata de um experimento, e que o sistema pode exibir respostas que não fazem sentido ou com informação errada, e reproduzir vieses ou preconceitos. Com a liberação, a Big Tech espera poder observar o uso para melhorarem a ferramenta.
O Google não informou o período de atualização do Bard. O ChatGPT gratuito carrega informações até 2021.
Funções e recursos do Bard
Assim como o ChatGPT, o Bard é um LLM (grande modelo de linguagem, na sigla em inglês).
Ainda que seja um produto do Google, o Bard não é necessariamente uma forma diferente de mostrar resultados de busca. Ele é “complementar” e apenas responde baseado no que “aprendeu”. Tanto que, ao responder, sempre dá a opção para a pessoa realizar pesquisas no Google.
As pessoas poderão ainda perguntar ao Bard quais as fontes foram usadas para dar respostas, afirma Bruno Pôssas, vice-presidente global de busca do Google. “O Bard ainda é um experimento. Algumas respostas ainda não são boas e não estarão factualmente corretas”, disse.
Com o anúncio do Bard em português, o Google está destacando funcionalidades do chatbot:
- Conversas recentes e fixadas: o sistema vai guardar suas interações para facilitar o acesso e até perguntas relacionados ao assunto.
- Pesquisar no Google: a partir de uma resposta do Bard, será possível fazer buscas no Google a assuntos relacionados.
Ler respostas em voz alta: ao fazer uma requisição, será possível tocar no ícone de caixa de som e ouvir a resposta. Pode ser útil para saber a pronúncia de uma palavra em língua estrangeira, por exemplo.
- Exportar código Python para o Replit: para quem programa na Python, o Bard mostrará exemplos de códigos, e você poderá exportá-los para o Replit, um editor de código-fonte compatível com a linguagem. Antes havia apenas opção de exportar para o Google Colab, uma ferramenta da própria empresa.
- Compartilhar: ao fazer uma pesquisa, dá para compartilhar com amigos para dividir idéias baseado em respostas do Bard
- Alterar o tom de uma resposta: por enquanto apenas em inglês, essa funcionalidade permitirá que a pessoa diga como quer que algo seja respondido ou escrito. Por exemplo: “escreva um e-mail de desculpas porque tive um compromisso de trabalho de forma simples”. Entre os tons possíveis ainda estão: simples mais curto, profissional e casual. Empresa diz que isso será expandido para outros idiomas posteriormente.
- Integração com o Google Lens: por enquanto apenas em inglês, pessoas poderão subir uma imagem no Bard e pedir para o Google Lens (ferramenta de reconhecimento de imagem) fazer uma legenda para aquela foto. Ou mesmo subir uma imagem de uma peça de carro e perguntar: para quê ela serve?