Entre os anos de 2019 e 2022, o Amazonas registrou mais de mil óbitos de crianças indígenas no Brasil.Com essa estatística, o estado lidera o índice de mortes desse grupo populacional no Brasil. Os dados são do relatório intitulado ‘Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil’, que foi divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), entidade responsável por monitorar a violência contra os indígenas no país.
Segundo o levantamento realizado, em todo o território brasileiro, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) documentou um total de 3.552 falecimentos de crianças durante o período de 2019 a 2022.
O relatório aponta que a fome, a falta de assistência e a deterioração das políticas públicas são as principais causas no número de mortos.
Analisando o intervalo de quatro anos, constatou-se que o Amazonas apresentou 1.014 óbitos. Em seguida, no ranking, estão Roraima, com 607 registros de mortes, e Mato Grosso, com 487 óbitos.
O documento também apresenta informações sobre o número de óbitos de indígenas ao longo dos anos. Cerca de dois terços (65%) dos 795 homicídios de indígenas registrados entre 2019 e 2022 se concentraram em apenas três estados. Roraima liderou essa estatística com 208 casos, seguido pelo Amazonas em segundo lugar, com 163 mortes.
No ano de 2022, assim como nos três anos anteriores, Roraima continuou a apresentar o maior número de assassinatos de indígenas, totalizando 41 casos. Em segundo lugar, estava Mato Grosso do Sul com 38 registros, enquanto o Amazonas ocupou a terceira posição, com 30 óbitos. Esses dados foram obtidos através de informações da Sesai, do SIM e de secretarias estaduais de saúde.
“Limitar a capacidade dos órgãos de governo na atenção às comunidades indígenas compunha o movimento genocida, ou seja, se deveria deixá-los à própria sorte, para morrer ou se integrar. É o que mostram as 429 mortes sem assistência de indígenas, a desnutrição de crianças, o reaparecimento de endemias e a negação a direitos básicos, como o acesso a vacinas, a medicamentos e ao tratamento de doenças que poderiam ser facilmente combatidas”, diz trecho do levantamento.