GOIÂNIA (GO) – | O último adeus à Marília Mendonça contou com a presença de vários famosos, amigos, além da família e fãs no Ginásio Goiânia Arena, em Goiás, neste sábado (6), onde a cantora foi velada. A “Rainha da Sofrência” e mais quatro pessoas, sendo uma delas seu tio, morreram em acidente de avião em Caratinga, interior de Minas Gerais, na tarde de sexta-feira (5). As informações são do G1.
O velório foi liberado ao público das 13h às 16h e segundo a assessoria de comunicação da cantora era esperado mais de 100 mil pessoas no local. Ainda na noite de sexta-feira, fãs formaram uma fila quilométrica na entrada do ginásio, aguardando até a hora de poder entrar e prestar as últimas homenagens.
Estiveram presentes os cantores e amigos Maiara e Maraisa, Henrique e Juliano, Jorge (da dupla Jorge e Matheus), Mateus (da dupla Mateus e Kauan), Luísa Sonza, Naiara Azevedo, além de outros famosos. Todos já haviam prestado homenagens nas redes oficiais lamentando a tragédia. A equipe de Marília chegou sendo aplaudida no local, sob forte emoção e choro, usando camisas da turnê da cantora, “Todos os cantos”.
Filha e irmão
A mãe da cantora, conforme mostrou transmissão da GloboNews, chegou ao velório amparada por um segurança. Assim que soube do acidente, na sexta-feira, Ruth Moreira passou mal e foi necessário chamar uma ambulância. Além de perder a filha, ela também teve que se despedir do irmão, Abicelí Silveira Dias Filho, que também estava no avião e além de tio era assessor de Marília.
O ex-namorado e cantor Murilo Huff, pai do pequeno Léo, de menos de 2 anos, fruto da relação com a artista, também chegou ao Ginásio sob forte emoção. Na manhã de sábado ele falou pela primeira vez sobre a morte em uma postagem no Instagram: “Eu ainda não tenho palavras que consigam expressar a dor que eu sinto no meu peito agora. Mas passo aqui para agradecer todas as mensagens de apoio e preocupação comigo e com o Léo. E para pedir oração de vocês por nossa família e pela família das demais vítimas. O Léo está bem”, escreveu Huff.
O enterro, de acordo com a assessoria, seria reservado aos familiares no Cemitério Parque Memorial, em Goiânia. A Secretaria Municipal de Mobilidade disse que haveria um cortejo do ginásio ao cemitério.
Acidente e causas
O avião, um bimotor King Air da Beech Aircraft, fabricado em 1984, decolou de Goiânia e caiu em uma cachoeira a 2 quilômetros da pista onde faria o pouso, segundo a Polícia Militar mineira. O acidente foi por volta das 15h. A aeronave tinha capacidade para 4,7 mil quilos e podia levar até seis passageiros.
Estavam nela, além de Marília, o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor Abicelí Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o copiloto Tarcísio Pessoa Viana. Todos foram retirados já sem vida da aeronave, que está em local de difícil acesso com risco de deslizamento da estrutura por causa da cachoeira.
Ainda de acordo com informações do G1, o tenente-coronel Oziel Silveira, chefe do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), a legislação não exige caixa-preta neste tipo de aeronave e ainda não se sabe se ela continha o equipamento. As gravações da aeronave, no entanto, já foram pedidas.
“Ontem (sexta-feira) nós já pedimos ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta I) para segregar todas as gravações que essa aeronave fez desde a decolagem até o último contato dela. Eu não tive tempo de escutar ainda, mas o material já está segregado”, afirmou.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) divulgou nota nesta sexta-feira (5) dizendo que o avião atingiu um cabo de uma torre de distribuição da empresa, em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce. A nota reforça a informação dada por moradores da área que relataram terem visto o avião batendo em fios e depois rodando diversas vezes no ar até cair na cachoeira.
Os órgãos aéreos da região já haviam recebido relatos de outros pilotos antes do acidente, nos meses de setembro e agosto, de que os fios elétricos atrapalhariam o pouso no aeródromo de Caratinga, o tornando perigoso. São relatos denominados de Notam (Notificação Aeronáutica) e que indicam dados sobre riscos e alertam outros pilotos que se dirigem à região sobre perigos para operar no local.
Conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião de Marília Mendonça estava com a documentação em dia e tinha autorização para fazer táxi aéreo. Os pilotos, conforme informou a empresa PEC Táxi Aéreo, eram experientes e estavam com todos os treinamentos atualizados. O acidente e suas causas continuam sendo investigados.