Violações sexuais contra crianças crescem quase 70% no Brasil

Foto: Elza Fiuza/ Arquivo Agência Brasil
Foto: Elza Fiuza/ Arquivo Agência Brasil

Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, o número de casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes no Brasil apresentou um aumento alarmante. Nos quatro primeiros meses deste ano, o Disque 100 registrou 17,5 mil casos, um aumento de quase 70% em relação ao mesmo período de 2022.

No total, durante os primeiros quatro meses de 2023, foram registradas 69,3 mil denúncias e 397 mil violações dos direitos humanos de crianças e adolescentes. Dessas, 9,5 mil denúncias e 17,5 mil violações envolvem violência sexual física, como abuso, estupro e exploração sexual, além de violência psicológica.

Os piores cenários incluem a casa da vítima, do suspeito ou de familiares, onde ocorreram quase 14 mil violações. Também foram registradas 763 denúncias e 1,4 mil violações sexuais que ocorreram na internet.

No ambiente virtual como um todo, houve registros de exploração sexual, com 316 denúncias e 319 violações; estupro, com 375 denúncias e 378 violações; abuso sexual físico, com 73 denúncias e 74 violações; e violência sexual psicológica, com 480 denúncias e 631 violações.

Esses dados foram divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) por ocasião do Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, em 18 de maio.

Segundo a pedagoga e diretora escolar, Carol Cianni, sinais sutis, como agressividade, perda de apetite e isolamento social, podem indicar que algo está errado na vida de uma criança ou adolescente.

“É crucial saber como identificar se uma criança ou adolescente está sofrendo algum tipo de violência sexual, mas mais importante ainda é orientar os jovens sobre como se proteger dessa situação”, explica.

Ela também destaca o papel fundamental da família e da escola na prevenção. Para ela, abordar o assunto de maneira leve e assertiva em sala de aula, explicando que o corpo é algo íntimo e sagrado, ajuda os alunos a entenderem.

Além disso, ela ressalta a importância de a escola estar atenta a qualquer mudança no comportamento dos alunos para intervir rapidamente.

A psicóloga Caroline Brilhante afirma que a maioria dos abusos contra crianças e adolescentes é praticada por pessoas próximas à vítima e em ambientes conhecidos pela família. Por isso, é essencial estar sempre alerta. Ela enfatiza que monitorar e restringir o acesso à internet pode evitar que a criança se exponha a situações de risco.

“Restringir o tempo de tela na internet, implementar filtros de conteúdo fora da faixa etária e prestar atenção ao interesse repentino da criança ou do adolescente pelo assunto do sexo são formas de prevenção”, destaca a psicóloga.

É importante lembrar que qualquer abuso sexual ou violação dos direitos humanos pode ser denunciado de forma anônima e gratuita pelo Disque 100.

Matéria originalmente publicada pela Agência Brasil

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